As Promotoras
Legais Populares participaram em mais um ano da organização e do evento
Mobilização de Mulheres da Samambaia. Momento importante onde cerca de 100
mulheres vítimas de violência doméstica foram convidadas para entrarem em
contato com importantes instituições de prevenção e atuação em casos de
violência contra mulher: DEAM, MPDFT, Justiça comunitária do TJDFT, Defensoria
Pública, CAPS, CREAS, CRAS, PLPS entre outras.
O encontro
aconteceu em 10 de agosto de 2019, na escola CEF 427, em Samambaia, e a estrutura estava ótima, com café
da manhã, almoço e brinquedos para as crianças.
Inicialmente
artistas mulheres locais se apresentaram. A poeta Meimei Bastos fez um forte
desabafo sobre um relacionamento abusivo que viveu. E disse que embora exista um aparato
estatal para acolher mulheres, muitas vezes ele não cumpre esse papel, e
funcionários de delegacias falam para as mulheres voltarem para casa após
agressões, para esfriarem a cabeça e pensarem melhor antes de denunciar. O que
acaba sendo mais uma violência para aquela mulher já tão machucada. Meimei também recitou
seus belos poemas, encantando todas as presentes.
A Defensoria Pública
apresentou slides com o passo a passo para oferecer denúncia de violência
doméstica. Porém, quando abriu espaço para perguntas, as mulheres começaram a
contar sobre os seus processos de violência e de como era difícil acessar uma
defesa de seus direitos. Estavam todas muito machucadas e ansiosas com toda a
burocracia e o difícil acesso ao Estado. Não deu tempo de ouvir os relatos, as
angústias e dúvidas de todas.
Ainda pela
manhã, aconteceu a roda de conversa das Promotoras Legais Populares com as
mulheres. Iniciamos com uma dinâmica sobre autoestima, buscando incentivar que
essas mulheres tenham consciência de características positivas que elas
possuem. Fizemos a escolha por iniciar assim pois em uma sociedade machista, a
autoestima e autovalor das mulheres é constantemente atacado até mesmo como
forma de dominação. Uma vez que o tema da mobilização deste ano era “Mulheres
na luta por direitos”, selecionamos três temas que consideramos importantes
para debater com as participantes, a saber: Divórcio e pensão, Lei Maria da
Penha, e violência obstétrica. O tempo foi curto, mas conseguimos estabelecer
um bom diálogo. Novamente as mulheres relataram suas dores e suas lutas para
garantir o respeito aos seus direitos.
Conversei com mebro da organização para ver se existia a possibilidade de dar um encaminhamento
inicial às demandas das mulheres com as instituições que estavam presentes no
evento – uma vez que alguns casos eram bem pesados - mas não existia certeza sobre
essa possibilidade. Ficaram de ver o que poderia ser feito...
Depois do
almoço, havia stands das instituições que de alguma forma atuam em casos de
violência doméstica para informar aquelas mulheres e tirar dúvidas. Existia a
possibilidade que as mulheres realizassem alguns exames. Teve aula de Yoga e de
dança também, o que foi muito importante para amenizar e finalizar aquele dia
com uma energia mais leve. Foi bom ver as mulheres que haviam chorado pela
manhã dançando, fazendo yoga e tirando um pouco a cabeça dos problemas que as
deixam angustiadas.
Um comentário:
Mulheres maravilhosas!
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