quinta-feira, 3 de agosto de 2023

9ª OFICINA DO ANO

9ª OFICINA DO ANO 


 No nono encontro do XVII curso de Promotoras Legais Populares do Distrito Federal, realizado em 8 de julho de 2023, no núcleo de prática jurídica da Universidade de Brasília, localizado em Ceilândia/DF, foram realizadas dinâmicas para discussão e reflexão acerca das questões que envolvem raça e racismo. 

Na primeira parte até o horário da confraternização, a primeira dinâmica foi realizada da seguinte forma: plaquinhas foram entregues às integrantes com as palavras “sim” ou “não” e, à medida que eram perguntadas sobre assuntos que tratam de raça, classe e gênero, as participantes levantavam a plaquinha para responder o questionamento apresentado e, a partir da resposta, ocorria um momento de discussão e espaço para que houvesse relatos de experiências pessoais de acordo com a pergunta apresentada. 

 Após o término da discussão e do lanche, na segunda dinâmica as participantes foram convidadas a apresentarem o material solicitado durante a semana sobre a cultura negra, podendo ser: vídeos, músicas, imagens, instrumentos musicais ou qualquer outro elemento que remetesse à cultura negra. 

Com isso, a segunda dinâmica possibilitou intensa reflexão sobre o contexto da comunidade negra, além de sensibilizar e proporcionar uma nova visão sobre as pautas raciais. 


Relato da cursista: Ângela Lima

8ª OFICINA DO ANO

 8ª OFICINA DO ANO
01 de julho de 2023

A reunião deste dia, nos deu a oportunidade de perceber através de dinâmicas em grupo, que a ideia de Deus, Deusa e/ou Deuses, bem como a concepção de fé e o conceito de espiritualidade é diverso e amplo, de modo que se expressa de maneira abstrata e profunda para cada indivíduo, bem como, em cada religião que este participa, ou realizar essas ideias em sua experiência de vida sem filiar-se necessariamente, a uma religião ou grupo coletivo.

A primeira dinâmica proporcionou a brincadeira de fazer mímica e entregar o possível objeto, a outra pessoa participante na roda. Esta participante recebe esse objeto como um presente, podendo aprimorar ou alterar o objeto criado, tendo percebido ou não qual era o objeto ou do que se tratou a mímica. Assim fica claro que o objetivo da mímica é saber como funciona o pensamento, a criatividade, o comportamento e a reação que as pessoas tem, no momento em que recebe o objeto, e o quê e como decide transformar aquilo para passar à próxima pessoa.

Houve um segundo momento, em que desenhamos num papel com canetas coloridas, algo que representasse para nós, simbolicamente, a fé e/ou espiritualidade, para que a partir daquilo que fosse desenhado pudéssemos debater de forma ampla, porém respeitosamente sobre a crença ou descrença das pessoas presentes, pois que a ausência de crenças em símbolos, ou até mesmo da fé é uma condição humana, e deve ser respeitada, como direito de existir sem discriminações ou julgamentos.

Dessa forma, fica evidenciada a necessidade dessas premissas, para a realização do debate sobre fé e espiritualidade, porque quando tentamos transmitir a outras pessoas, nossa percepção de vivência abstrata, essas pessoas poderão alcançar a profundidade, a beleza, a importância e a crença que tentamos transmitir ou não, por isso a diversidade de religiões, bem como de opiniões diferentes sobre uma mesma ideia. Por exemplo, haja vista as variadas interpretações da Bíblia Sagrada, que fizeram surgir inúmeras religiões, a partir das histórias contadas neste livro.

De uma maneira geral, das mulheres que apresentaram suas percepções, a fé é uma conexão com o divino e/ou a divindade, já a espiritualidade é a maneira com que você se relaciona com a Divindade, ou seja, individualmente ou coletivamente através de uma religião ou não. Bem como, a espiritualidade também pode estar ligada a maneira afetiva/amorosa com que o indivíduo ou a coletividade se relacionam com a natureza ou com crenças filosóficas advindas de ideias religiosas ou não, de modo transcendental, profundo, abstrato e carregado de convicções pessoais sobre seus sentimentos, emoções e pensamentos vividos ao longo da vida.

Por fim, uma participante nos apresentou a crescente intolerância religiosa referente às religiões de matriz africana em nosso país e depois dessa apresentação, tivemos a chance de discutir sobre o tema e tentar alcançar motivos pelos quais essa hostilidade vem aumentando no Brasil.

Durante ampla argumentação verificou-se que há uma crescente comunicação das pessoas em alguns casos presencial, mas em larga escala, através das redes sociais, de uma maneira afastada do afeto que causa um espaço de animosidade, pois que a maioria das pessoas vê as redes sociais como uma espécie de “palanque sem rosto e sem consequência”, que  significa dizer que as pessoas pensam que podem dizer qualquer coisa a qualquer pessoa, e não haverá consequências legais, bem como realmente acreditam que não estarão magoando àquele que recebe as críticas, porque não estava “falando” pessoalmente.

Outra opinião bastante presente entre as participantes foi que o Presidente da República anterior, bem como o governo anterior brasileiro, se comunicava através do conhecido conceitualmente “discurso de ódio”, o que deixou uma “semente estragada” de que essa também era uma maneira legítima de expressar opinião, ou seja, aqueles que não teriam “coragem” de se manifestar, com opiniões preconceituosas, passaram a ter essa conduta, apoiados na ideia interpretada incorretamente, de que a liberdade de expressão legitimada na Constituição Federal estava apenas sendo manifestada.

Nesse sentido, como para algumas pessoas a autoridade máxima do país tem voz e deve-se segui-la sem usar o pensamento crítico, e mais ainda, esse comportamento deve ser replicado e multiplicado como sendo correto, essa ideia agressiva do “discurso do ódio” alastrou-se pelo país como labaredas de fogo, de maneira que aqueles que têm o pensamento crítico usaram o conhecimento para controle de mentes que seguiram o conceito sem pensar, bem como as mentes que seguiram o conceito para atender seus próprios interesses.

Dessa forma, devido às rápidas informações disseminadas via internet, pelas rede sociais, e pessoas que acreditavam apenas estarem usando o seu direito de expressarem-se livremente, criou-se o hábito infeliz de cometer crimes dizendo que apenas estavam se manifestando publicamente, cometendo atos de violência contra principalmente as “minorias” sociais, ou seja, os crimes de racismo, racismo religioso, lgbtfobia, transfobia, injúria racial, e em casos graves de lesão corporal, e outros casos que levaram à morte de pessoas tornaram-se comuns, devido a ignorância exacerbada e excesso de violência contra o ser humano.

Nesse sentido, o ser humano somente respeita outro ser humano se se reconhece nele, como bem explica a filósofa Hanna Arendt, isto é, se a crença ou descrença do outro ser humano é tão diversa e/ou desconhecida da realidade deste, haverá um distanciamento afetivo, e ele não se reconhecerá semelhante do outro, de modo que a agressividade e a violência podem se tornar banais, e assim ocorre a intolerância, na sua espécie mais grave chegando à morte do indivíduo incompreendido.

Por exemplo, para alguma pessoas talvez com um pensamento um pouco mais eurocentrista, pode ser mais aceitável a ideia do espiritismo da doutrina de Allan Kardec, do que o espiritismo das religiões de matriz africana, como a Umbanda e o Candomblé, tornando mais alta a incidência de atos violentos contra pessoas crentes nas religiões vindas da África, pois que o racismo no Brasil ocorre de maneira estrutural há décadas, haja vista que o assunto é abordado sob este contexto há poucos anos, isto é, a conduta considerada racista hoje em dia, anteriormente era considerada banal, normal e infelizmente legal, no sentido de licitude.

Assim, a oportunidade de debater o tem a de fé, espiritualidade, crença, descrença deve proporcionar a possibilidade de, aproximar as pessoas de que todo ser humano se reconhecerá em outro ser humano, quando num sentido positivo reconhecer o que é dor para si também dor para o outro, mas principalmente reconhecer o que é amor para compartilhar consigo e a divindade, ou amor de si mesmo para com os outros semelhantes, de uma maneira familiar e fraternal.


Obrigada pela atenção à leitura!

Um abraço a cada leitor e leitora!

Atenciosamente,


Relato da cursista: Cíntia Breve de Souza





7ª OFICINA DO ANO

 7ª OFICINA DO ANO

24 de junho de 2023

Na oficina deste sábado (24), dia de São João, ocorreram dinâmicas e um lanche temático coletivo. O tema discutido girou em torno da maternidade e seus direitos garantidos por lei. Iniciada por uma dinâmica descontraída de quadrilha, as cursistas da Promotoria Legal Popular (PLP) relataram suas experiências maternas.

A dinâmica, que envolvia a arte do improviso, gerou discussões e reflexões sobre o lugar que a mãe é colocada em sociedade. Após a discussão, as PLPs apresentaram, em cartazes, sobre leis e direitos que garantem estado de dignidade às mães, finalizando a oficina de São joão.

Relato da cursista: Astra.





6ª OFICINA DO ANO

 6ª OFICINA DO ANO

17 de junho de 2023

O encontro iniciou-se aproximadamente às 9h20. Começamos com uma dinâmica super interessante, na qual ficávamos em pé e, logo em seguida, andávamos pela sala nos observando. Depois de termos caminhado um pouquinho em círculo, foi solicitado que fechássemos os olhos.

Com os olhos fechados, nos foram feitos questionamentos sobre determinadas características físicas das pessoas que estavam na dinâmica.

Por exemplo, foi perguntado quem usava óculos e, ainda, quem tinha uma tatuagem de flor no ombro.

Depois de respondermos cada pergunta, abríamos os olhos e conferíamos as nossas respostas.

Após essa dinâmica, nos sentamos e refletimos sobre como nos sentimos, principalmente acerca da sensação de (1) observar; (2) sermos observados; e (3) notar as nossas diferenças.

Posteriormente, já em um segundo momento, fomos divididas em grupos conforme a autodeclaração racial.

Podíamos, desse modo, escolher entre os grupos de: pessoas negras, pessoas brancas e pessoas que não conseguem se declarar.

Foram formados dois grupos: pessoas brancas e pessoas negras.

Cada grupo leu um texto (com o tema raça) que, ao final, continha questionamentos acerca da mensagem veiculada. Conversamos, também, sobre o nosso ponto de vista acerca dos pontos abordados no escrito.

Após termos discutido as questões do texto, desfizemos os grupos e voltamos à configuração normal. Debatemos, assim, as perspectivas do escrito. Comentamos, ainda, experiências pessoais.

Com o fim da segunda dinâmica, tivemos um pequeno intervalo para um lanche maravilhoso.

Depois do lanche, foram feitas três questões, uma para pessoas brancas e duas para pessoas negras. Para aquelas: “qual é a sua prática antirracista?”. Para estas: “qual é a sua prática de autocuidado e como você cuida das pessoas do seu ciclo?”.

Cada uma respondeu as questões ao passo que íamos refletindo e apresentando também demais pontos a serem acrescentados.

Ao fim, após a resposta de todas, finalizamos de forma unida, de modo que cada uma citou uma mulher negra que via como referência para si (com a ressalva de não poder ser mencionada uma pessoa da própria família).

Acabamos, portanto, mais um excelente encontro!

Relato da cursista: Letícia Rejane