segunda-feira, 2 de julho de 2018

[02/06/2018] 6ª OFICINA PROMOTORAS LEGAIS POPULARES CEILÂNDIA

 Relatoria Oficina 02/06/2018 - Ceilândia

O tema da oficina foi sexualidade feminina! Discutimos como lidamos com a sexualidade feminina nas diferentes faixa etárias e fizemos cartazes.



Nesses versos que escrevo,
Demonstro a minha intenção!
Falar da sexualidade das mulheres,
Essa é minha missão

A mulher é e sempre foi
Um ser complexo e especial,
Falar dos seus espaços negados
É polêmico e gera caos social.

A primeira fase dela é de 0 à 12 anos
Sua infância moldada nega à ela liberdade.
Corta as asas da rebeldia imaginada
A ilusão de ser Cinderela dura toda a mocidade!

Quando cresce e torna-se moça,
O destino é ser mãe e casamento.
Muitas delas não aceitam e
As cobranças são como tormentos!

A sexualidade de uma mulher de 25 anos
É algo difícil de compreender:
Se é livre para exercê-la é certo que é pura,
No casamento é coitada! É difícil entender!

Muitas delas anulam-se por décadas
Em namoros ou casamentos falidos.
Acreditando serem responsáveis
Por resgatarem os amados maridos!


Foram anos de duras críticas.
A sociedade denominou-as bruxas e vadias
As mulheres que solteiras trabalham e vivem
Dedicando -se às suas crias!

O aborto é tema polêmico,
Pois referem-se à mulher.
O aborto masculino é banal
Mas esse fato não falam se quer!

Após anos de limitações,
Na família e no casamento,
Muitas resolvem libertarem-se,
Negar-se como mulher é sofrimento.

Batem asas e buscam outros voos,
Tocam-se em mimos e sabores
Descobrem que têm direitos
De ser feliz, amando todos os amores!

Após certa idade, os rótulos pesam mais
Santificada e anulada em altares.
Amores e necessidades nevadas,
Pelos que a cercam, inclusive os familiares!

A sexualidade feminina
Sempre foi vista como a reprodução.
Desde menina foi negado o prazer
Do feminino e sua emoção

Um encontro de mulheres! As promotoras legais populares.
São oficinas ótimas para quem quiser,
Desconstruir padrões e dores

Para tornar-se outra mulher

*Relatoria em forma de poema feito pela cursista Júlia









domingo, 1 de julho de 2018

[19/05/2018] 7ª OFICINA PROMOTORAS LEGAIS POPULARES SÃO SEBASTIÃO


Relatoria oficina dia: 19/05/2018

7ª Oficina PLPs São Sebastião- 19/05/2018


Usar do espaço de privilégio para dar espaço para grupos que não o tenham é necessário, mas não se isso significar silenciá-los)
Quando falamos da questão do protagonismo, sempre vem alguém dizer: "Qualquer um pode falar sobre opressões, não preciso ser negro para apoiar a luta". Não precisa mesmo e é dever dos não negros se conscientizar e lutar contra as opressões. Mas, o que muitos não entendem é que são eles quem têm falado sobre nós ao longo do tempo.
Os trabalhos acadêmicos iniciais sobre essa questão, por exemplo, foram feitos por não negros justamente porque o racismo impede o acesso da população negra aos espaços acadêmicos. Muitos desses trabalhos são bons, sem dúvida, muitos não, mas a questão não é essa.
O cerne aqui é: se pessoas brancas continuarem falando sobre pessoas negras a gente não muda a estrutura de opressão que já confere esses privilégios aos brancos. Nós, negras e negros, seguiremos apartados dos espaços de poder. E nossa luta existe justamente por causa desse aparte. Daí, no movimento formado para combater isso, nós ainda seguiremos apartados? Não perceber a importância disso me faz questionar até que ponto se é aliado. Como negra, não quero mais ser objeto de estudo, mas sim o sujeito que pesquisa. Se eu, como mulher negra, já estou fora de diversos espaços, um aliado veria a importância de eu falar sobre problemas que me afligem em vez de querer falar por mim. É necessário usar do seu espaço de privilégio para dar espaço para grupos que não o tenham, até porque esse privilégio foi construído em cima das costas de quem foi e é historicamente discriminado. Quantas vezes fiz um discurso lindo contra o racismo, mas silenciei uma mulher negra que tem mais legitimidade para falar de um tema que a atinge? Quantas vezes denunciei o preconceito, mas romantizei a relação com minha empregada negra. Parem com a síndrome de privilegiado que julga que você pode falar sobre qualquer coisa. Poder, realmente você pode. Mas em determinadas instâncias, a pergunta que você deve fazer é: eu devo?
                  
 Viola Davis