segunda-feira, 30 de setembro de 2019

[14.09.2019] 19ª OFICINA PROMOTORAS LEGAIS POPULARES CEILÂNDIA




A oficina de hoje foi sobre direitos sexuais e reprodutivos.  
Logo no início, a facilitadora Sinara, que compõe a organização “ANIS- Instituto de Bioética”, dividiu a turma em grupos menores e entregou, pra cada um deles, reportagens com histórias diferentes de mulheres que tiverem a autonomia sobre seu corpo cerceada de algum forma. Junto com as reportagens, ela orientou que respondêssemos a seguinte pergunta depois da discussão: o que aconteceu foi justo ou foi injusto e por que?
As histórias eram muito variadas: uma mulher trans que foi demitida depois de sua transição de gênero; uma mulher vítima de feminicídio: uma menina vítima de abuso sexual; mulheres vítimas de violência obstétrica e uma mulher encarcerada que passou por uma laqueadura determinada por um juiz.
Depois da discussão nos grupos menores, cada grupo apresentou sua reportagem e sua discussão pra toda a turma. Ao final dessa primeira parte, a facilitadora falou sobre o que são direitos sexuais e reprodutivos. Diferente  do que normalmente se pensa, esses direitos não são só sobre sexualidade e reprodução, mas sim sobre qualquer coisa que tenha a ver com nosso corpo e nossa autonomia e controle sobre ele. 
Depois, assistimos alguns vídeos da série “Eu vou contar” produzido pela Anis, em que mulheres contam suas experiências com abortos. Discutimos sobre as semelhanças e diferenças entre as mulheres dos vídeos e suas vivências, e a importância de marcadores de classe social e de raça. 
Além disso, discutimos o quanto a criminalização do aborto no Brasil dificulta qualquer discussão, produção de dados e de conhecimento sobre essa questão, tornando todas as mulheres possíveis suspeitas e criminosas. 
Refletimos sobre como o julgamento moral e o silêncio social sobre o aborto produzem culpabilização e adoecem as mulheres que já abortaram em algum momento de suas vidas, que aliás, representam aproximadamente 1/5 das mulheres brasileiras. 
Saímos da oficina pensando sobre quão potente seria se cada uma de nós conversasse com 5 mulheres da nossa vida e se oferecesse pra escutar, cuidar e acolher aquelas que precisassem falar e desabafar. 
Na dinâmica de encerramento, cada uma recebeu um chocolate que deveria ser dado de presente, junto com um elogio ou demonstração de afeto, pra outra mulher. 
Toda nós repetimos muitas vezes o quanto nossos encontros semanais e tudo que compartilhamos é potente, revigorante e transformador. 

“As mulheres são como as águas, crescem quando se encontram”

Relatoria da cursista Mariah

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