A oficina de hoje foi sobre
direitos sexuais e reprodutivos.
Logo no início, a facilitadora
Sinara, que compõe a organização “ANIS- Instituto de Bioética”, dividiu a turma
em grupos menores e entregou, pra cada um deles, reportagens com histórias
diferentes de mulheres que tiverem a autonomia sobre seu corpo cerceada de
algum forma. Junto com as reportagens, ela orientou que respondêssemos a
seguinte pergunta depois da discussão: o que aconteceu foi justo ou foi injusto
e por que?
As histórias eram muito variadas: uma
mulher trans que foi demitida depois de sua transição de gênero; uma mulher
vítima de feminicídio: uma menina vítima de abuso sexual; mulheres vítimas de
violência obstétrica e uma mulher encarcerada que passou por uma laqueadura
determinada por um juiz.
Depois da discussão nos grupos
menores, cada grupo apresentou sua reportagem e sua discussão pra toda a turma.
Ao final dessa primeira parte, a facilitadora falou sobre o que são direitos
sexuais e reprodutivos. Diferente do que normalmente se pensa, esses
direitos não são só sobre sexualidade e reprodução, mas sim sobre qualquer
coisa que tenha a ver com nosso corpo e nossa autonomia e controle sobre
ele.
Depois, assistimos alguns vídeos da
série “Eu vou contar” produzido pela Anis, em que mulheres contam suas
experiências com abortos. Discutimos sobre as semelhanças e diferenças entre as
mulheres dos vídeos e suas vivências, e a importância de marcadores de classe
social e de raça.
Além disso, discutimos o quanto a
criminalização do aborto no Brasil dificulta qualquer discussão, produção de
dados e de conhecimento sobre essa questão, tornando todas as mulheres
possíveis suspeitas e criminosas.
Refletimos sobre como o julgamento
moral e o silêncio social sobre o aborto produzem culpabilização e adoecem as
mulheres que já abortaram em algum momento de suas vidas, que aliás,
representam aproximadamente 1/5 das mulheres brasileiras.
Saímos da oficina pensando sobre quão
potente seria se cada uma de nós conversasse com 5 mulheres da nossa vida e se
oferecesse pra escutar, cuidar e acolher aquelas que precisassem falar e
desabafar.
Na dinâmica de encerramento, cada uma
recebeu um chocolate que deveria ser dado de presente, junto com um elogio ou
demonstração de afeto, pra outra mulher.
Toda nós repetimos muitas vezes o
quanto nossos encontros semanais e tudo que compartilhamos é potente,
revigorante e transformador.
“As mulheres são como as águas,
crescem quando se encontram”
Relatoria da cursista Mariah
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