No dia 12.10.2019 – 23ª Oficina - a presença no encontro das Promotoras Legais
Populares foi facultativa devido ao feriado nesta data; e usamos este momento
para começarmos a decidir questões importantes para a formatura da nossa turma.
No nosso 24º encontro – dia 19.10.2019 –
também usamos metade da Oficina para decidirmos questões relativas à formatura.
E no primeiro momento debatemos sobre diversidade religiosa, bem como sobre o
preconceito que as religiões de matriz africana sofrem no Brasil. As religiões
cristãs - embora criticadas em alguns momentos por diversos motivos - não são sofrem
o preconceito e nem são submetidas às violências sofridas pelas religiões de
matriz africana; como colocar fogo nos templos dessas religiões, invadir seus
espaços sagrados e depredar tudo, ou mesmo agredir fisicamente pessoas com o vestuário
típico[1].
Hoje mesmo o Correio Braziliense
divulgou que no DF, religiões de matriz africana são alvo de 59% dos crimes de
intolerância.[2]
E em 2018, o número de ataques registrados à essas religiões foi 47% maior do
que em 2017.
Isso se dá pelo racismo estrutural do
país. E, embora o Brasil sempre tenha sido uma sociedade extremamente violenta
e preconceituosa, parece que muitas pessoas perderam o mínimo de vergonha que
tinham em defender abertamente discursos de ódio (e mesmo de serem agressivas).
Esses discursos parecem estar até institucionalizados pelo alto escalão no
Executivo, Legislativo e mesmo do Judiciário, uma vez que vemos juízes e
promotores publicando em redes sociais esses conteúdos.
Dividimos a turma de acordo com as
religiões das mulheres. Um grupo ficou com as cursistas católicas e as evangélicas,
outro grupo com as espíritas, um grupo com as mulheres adeptas das religiões de
matriz africana e outro grupo com as mulheres que não seguem nenhuma religião.
Cada grupo debateu, e ao final, a
proposta foi realizar um teatro imagem, com uma imagem que representasse melhor
a crença daquele grupo. Esta atividade foi proposta pensando em que fosse
possível visualizar tanto características que unissem todos os grupos, quanto
as peculiaridades de cada um.
Após a apresentação de cada grupo,
iniciamos um debate onde algumas cursistas salientaram o perigo do
fundamentalismo em que vivemos, onde Estado e religião têm se misturado de
forma violenta e mesmo ilegal - uma vez que a Constituição Estabelece que o
Brasil é laico - com discursos que negam direitos e pregam mesmo uma
perseguição a determinados grupos sociais. E como estes grupos fundamentalistas
têm aparelhado o Estado brasileiro.
Também falamos sobre nossas crenças,
sobre não defender uma religião, mas acreditar na energia, numa energia
extrafísica que diferentes povos ao redor do mundo, ao longo da humanidade explicaram
de diferentes maneiras. E lembramos sobre os grupos das Igrejas que são
progressistas e fazem trabalhos notáveis, como por exemplo a Teologia da
Libertação e As Católicas pelo Direito de Decidir.
Relatoria da facilitadora Maria Laura
Relatoria da facilitadora Maria Laura