quinta-feira, 31 de outubro de 2024

20ª OFICINA DE 2024

 

20ª OFICINA DE 2024

05 de outubro 



O tema da oficina do dia 5 de outubro foi violência obstétrica, e Carol Freire, que além de PLP é doula, foi a facilitadora. No primeiro momento, Carol nos pediu que para compartilhar algo que soubéssemos sobre o dia do nosso próprio nascimento: podia ser qualquer coisa que tivéssemos ouvido de nossas mães ou outras pessoas da família sobre como estava o dia, como foram os momentos finais da gravidez, como foi a experiência do parto. Os relatos compartilhados foram muito diversos. Há entre nós, cursistas, quem tenha nascido em casa com auxílio de parteira, outras nasceram em hospitais; algumas nasceram de partos normais, outras de parto cesariano; algumas de nossas mães estavam bem acompanhadas e amparadas, outras tiveram que enfrentar essa experiência sem muito apoio.


Esse primeiro momento da oficina ofereceu uma oportunidade de conversar sobre as muitas questões envolvidas em um nascimento a partir da experiência da pessoa gestante – se ela está acompanhada por alguém de confiança ou não, se ela tem acesso aos cuidados médicos de que precisa ou não, se ela tem liberdade para se movimentar e se expressar durante o parto, se após o nascimento ela tem rede de apoio para acolher a pessoa que acaba de chegar ao mundo.


Na segunda parte da oficina, trabalhamos com o jogo de cartas Plano de Parto, criado pelo Coletivo Feminista Saúde e Sexualidade. Funcionou assim: cada uma de nós escolheu uma carta, que contém uma ilustração de uma situação relacionada ao parto, e descreveu a imagem para as companheiras. Na conversa sobre as cartas, falamos sobre diversas questões que estão relacionadas à violência obstétrica, que pode ser definida como o desrespeito à mulher, à sua autonomia, ao seu corpo e aos seus processos reprodutivos. A violência obstétrica, que é praticada por profissionais de saúde que atuam no contexto de gestação e parto, pode acontecer na forma de violência verbal, física ou sexual, e também com a prática de intervenções médicas desnecessários e/ou sem evidências científicas. 


Essa dinâmica do jogo Plano de Parto nos permitiu identificar e conversar sobre várias práticas de violência obstétrica, como: imposição de parto cesariano sem necessidade médica; xingamentos, humilhações e comentários racistas, LGBTfóbicos, classistas e capacitistas durante o parto; proibição da presença do acompanhante, que é direito e escolha livre da mulher que está parindo; episiotomia (“pique” no parto vaginal), inclusive sem anestesia e/ou sem informar à mulher;  uso de ocitocina (“sorinho” usado para acelerar o trabalho de parto) sem necessidade e/ou sem informar à mulher; manobra de Kristeller, que é pressão sobre a barriga da mulher para empurrar o bebê; restrição de movimento da mulher durante o parto, inclusive impedindo que ela escolha sua posição de parto; negação de alimentação e água para a mulher durante o trabalho de parto; negação de anestesia, inclusive no parto normal; negação do contato imediato, pele a pele, do bebê com a mulher após o nascimento, e imposição de barreiras para a amamentação nesse momento.


Conversar sobre violência obstétrica é falar sobre as muitas formas em que a sociedade em que vivemos discrimina e maltrata mulheres e outras pessoas que podem engravidar, negando-lhes as condições básicas para viver a gestação, o parto e o puerpério de forma digna, saudável e com o acolhimento necessário tanto para quem vive a experiência do início da maternidade quanto para uma nova pessoa que acaba de chegar ao mundo.


Na parte final da oficina, retomamos o planejamento da ação de formatura da nossa turma, da qual todas as cursistas devem participar! Não custa lembrar: as cursistas que ainda não sabem do que se trata devem entrar no grupo de Whatsapp sobre a ação e se atualizarem o quanto antes. Em todas as próximas oficinas até o final do curso, teremos esse momento reservado para conversar sobre a ação.

Relatoria da cursista: Sinara Gumieri







sexta-feira, 4 de outubro de 2024

19ª OFICINA DE 2024

 

19ª OFICINA DE 2024

Encontro integrativo de PLP'S, Ceilândia e Águas lindas.

No encontro de hoje discutimos sobre um assunto bastante polêmico,  mas necessário: religião e fé. Esse encontro foi bom para nos mostrar as diferenças e como cada pessoa tem sua crença e modo de pensar. Antes de todas as falas e aprendizado, colocamos algo que é essencial quando esse assunto é abordado : o respeito,  não julgar. Não precisa concordar com o que a pessoa fala ou acredita, cada uma de nós possui uma forma diferente de olhar para a religião e não é porque não concordamos que devemos desrespeitá-las ou diminuí-las.

O encontro foi incrível e acolhedor, mas com uma temática bem delicada :religião e fé. Foi bom, pois cada uma teve seu momento de fala e concluímos que qualquer indivíduo tem o direito de escolher a sua religião, sua crença religiosa e sua fé. E não só merece, como deve ser respeitado por isso. O direito de livre escolha quanto à orientação religiosa é mais do que um direito constitucional.

A oficina do dia 28 de setembro aconteceu na chácara "Esconderijo da  Ângela". Cursistas de Águas Lindas e Ceilândia se juntaram para um momento de descontração, fugindo um pouco da rotina em sala de aula Estar em meio à natureza proporcionou um ambiente descontraído, aberto a novas interações. No primeiro momento todas se reuniram embaixo de árvores do quintal da chácara, para se apresentarem e ver gostos em comum, a sugestão de apresentação foi falar o nome e algo de que gosta, assim as cursistas ao redor poderiam se aproximar da pessoa que estava se apresentando, caso também gostasse do que foi citado. Foi um momento divertido. 

No segundo momento fomos para área da casa, todas sentadas e com os ouvidos atentos. A facilitadora Sheila perguntou para as cursistas se ali havia pessoas que faziam parte de alguma religião, e se tinham dificuldade em se comunicar com pessoas que seguem religiões diferentes. Durante as respostas das cursistas, foi aberta uma discussão com mais questionamentos feitos pela facilitadora, e se as cursistas já tinham frequentado outros espaços religiosos, além dos que elas já fazem parte, se no lugar onde cultuam suas religiões tem lideranças femininas.    

Após a bela  e grande ciranda, com mais de 40 mulheres, onde cada uma se apresentava e movimentava a ciranda, ou parte dela, ao dizer algo do que gostava, e assim, “ganhar seguidoras”- no sentido literal da palavra( rsrs) - fomos para a varanda.

E as facilitadoras anunciaram o tema da oficina: Espiritualidade.

Nossa…os olhares , instantaneamente, se entrecruzaram! Entre o susto e um certo temor. Afinal, falar de espiritualidade é falar de lugar sagrado, do mais profundo de nós. É falar de mistérios e de transcendência. É falar de fé. E o mestre Gilberto Gil definiu bem a relação humana com a fé : “Andar com fé eu vou, que a fé não costuma falhar. [...]mesmo a quem não tem fé, a fé costuma acompanhar”. E é, para quase todos/as, falar de Deus ou  divindades. E , novamente, invocamos a grandeza filosófica de Gilberto Gil:

“Se eu sou algo incompreensível, meu deus é mais”. Havia ali, naquele encontro, muitas mulheres que se disseram com religião, algumas se disseram sem religião ou não praticantes de nenhuma. Porém, nenhuma se manifestou contrária a alguma fé .

A ideia de serem 4 relatoras (duas de cada polo presente) surgiu da percepção da delicadeza do tema. E do quão importantes deveriam ser o respeito e a lealdade às  várias e diferentes falas e manifestações de  ideias e crenças , o que, sendo apenas uma relatora, poderia ficar comprometido.

A questão inicial foi sobre fé. Se temos e como manifestamos nossa fé. Falamos de crença de modo geral. Para algumas cursistas, a fé é encontrada , ou se manifesta não necessariamente através de uma religião, ritual ou culto religioso.

À pergunta sobre se temos alguma religião, as respostas foram variadas. Fomos apresentadas a mulheres evangélicas, católicas, da Umbanda, do Candomblé, do Espiritismo e agnósticas. E houve falas questionando ou desconfiando da representação de um deus Ocidental, que nos fora apresentado  no contexto do processo de  colonização a que fomos submetidos, no Brasil e na maioria dos países latino-americanos . Processo esse que tentou violar a fé e as crenças não monoteístas dos povos originários.

Também conversamos sobre a relação perniciosa que se estabelece no Brasil, sobretudo nos dias atuais, entre religião e poder. Mesmo que, teoricamente, vivamos em um Estado laico. Falou-se, também, do quanto a fé de muitas pessoas tem sido manipulada por falsos cristãos ou líderes religiosos , com fins eleitoreiros, numa grande escalada de confusão (quase sempre ideologicamente proposital) entre religião e poder estatal. E de como muitos/as políticos/as se apoiam em discursos e narrativas religiosas  para conquistar adeptos e , sobretudo, votos. Enfim, a religião tem sido usada ,em muitos casos, como marketing, publicidade, monetização, doutrinação, fundamentalismos morais e alienação.

Para encerrar, cada uma desejou coisas boas para a colega  que estava ao seu lado, e com ouvidos atentos, enquanto uma desejava, as outras observavam, aguardando a sua vez. Após a oficina, a piscina foi liberada e a música também. Teve picolés, geladinhos, uma mesa farta com lanches, estrogonofe de frango e de palmito para o almoço. Tudo planejado e executado pelas facilitadoras, para que as cursistas pudessem curtir o ambiente e interagir com suas colegas, conhecer outras cursistas. Considerando a relevância do bate papo sobre religião, o lugar escolhido para trabalhar o tema foi de extrema importância.

No encerramento da oficina, a facilitadora Carol sugeriu que fizéssemos uma pausa,  fechando os olhos e com a ponta dos dedos fizéssemos massagem no próprio rosto, ombros e braços, refletindo também sobre os temas propostos durante a oficina, olhando para o lugar em que estávamos, sentindo tudo que o espaço estava proporcionando.

As facilitadoras lançaram uma última pergunta: qual autocuidado as cursistas praticam e qual é o papel do Estado na relação mulheres e autocuidado.

E eis algumas respostas:

▪️Cuidar melhor da vida financeira, pois a desorganização financeira é uma forma e fator de adoecimento

▪️Dieta, com o corte ou diminuição de carboidratos

▪️Estar no curso PLP é uma forma de autocuidado e autoconhecimento 

▪️Voltar a estudar e reorganizar a vida profissional

▪️Dançar

▪️Fazer check up com regularidade

▪️Praticar a terapia do NÃO . Dizer não quando necessário é autocuidado

▪️Rezar o Pai Nosso e depois tomar uma cerveja, ouvindo música de puta.  

A promotora Sheila finalizou com uma reflexão sobre as eleições municipais que se aproximam, sugerindo  que a gente promova, onde houver eleições, uma rede de demandas a serem entregues e cobradas das novas prefeituras e câmaras de vereadores/as, com relação a espaços  públicos e terapêuticos para acolhimento, atenção  e cuidado com a saúde das mulheres.

Relatoras: Alcioneides(Fia), Amanda, Gabriela (Gabs) e Jordana.




















terça-feira, 24 de setembro de 2024

18ª OFICINA DE 2024

 

18ª OFICINA DE 2024

31 de Agosto


No dia 31 de agosto tivemos a oficina tema como proposta nos levar a refletir as mulheres no mercado de tralho, assim como as leis trabalhistas e todos os amparos e alguns retrocessos que tivemos nas mudanças de governo.
No primeiro momento, cada participante foi convidada e levar de casa para o encontro um objeto que descrevesse um pouco sobre sua rotina de trabalho. Fossem essas rotinas ligadas a trabalhos remunerados em empresas/instituições ou objeto daquelas que fazem o trabalho doméstico por quais quer que seja o motivo. Houve a participação de todas presente.

No segundo momento fomos convidadas a dar continuidade ao encontro com uma atividade em grupos divididos , onde cada grupo ficou com um tema, metas esses que foram: Licença maternidade e paternidade ,Lei de equiparação salarial e criação da CLT, Tipos de assédio no trabalho ,Principais mudanças nas leis trabalhistas em 2024. O objetivo dessa atividade era fazer que cada grupo apresentasse esses temas com curiosidades relevantes que talvez muitos ali presente não linha conhecimento, como por exemplo dar nome a todos os tipos de assedio para que assim as politicas podem punir esses de forma criminosa, visto o mais físico, psicológico e financeiro que passar por um assedio dentro do trabalho. Todos os demais temas foram seguiram a mesma lógica de apresentar curiosidade e um breve explicação do que se trata. 
Por fim, foi apresentado um vídeo intitulado “Domésticas” onde retratou o cotidiano de algumas mulheres que faz o serviço doméstico, como suas vidas as conduziram a tal profissão. Em um outro momento foi dado espaço de fala para que cada participantes comentasse sobre suas percepções sobre o documentário e como se sentiram. Além disse falamos um pouco como as leis que amparam essas trabalhadoras e como muitas politicas publicas ainda devem existir para que essa mão de obra não volte a ser considerado um trabalho análogo a escuridão.

Relatoria da cursista: Juliana Alves

17ª OFICINA DE 2024

 

17ª OFICINA DE 2024

24 de Agosto


A oficina teve início, com a apresentação da professora de Administração  Pública da UFRN e Mariana Mazzini. Nossa convidada, desempenha também a função  de coordenadora  geral da Secretaria Nacional de Políticas Públicas de Cuidado e Família do MDS. Dando continuidade, todas as participantes se apresentaram, citando uma atividade de cuidado que exerciam em seu cotidiano. Participamos também de uma dinâmica, onde cada uma de nós, em círculo, aplicava uma massagem na colega, simbolizando assim,  o tema da palestra que viria a seguir "Cuidado". Percebemos, que nem sempre, conhecemos as políticas públicas oferecidas e a forma de acessá-las. Fizemos um exercício de listar todas elas e discutir se estas,  atendiam as demandas da população de forma eficaz ou apenas parcialmente. A professora Mariana nos apresentou o Projeto de Lei em andamento que cria novas políticas públicas, e, que também procura aperfeiçoar as já existentes, de maneira que possam atender melhor os anseios de quem precisa. Nesse bate papo, entendemos que muitas vezes, administrações de cidades e municípios,  têm dificuldades em implementar determinadas políticas públicas, pelo nível de complexidade e não por descaso. A organização social é desigual, injusta e insustentável, devemos  buscar o conhecimento múltiplo, para compreender e saber buscar o apoio necessário quando precisarmos. Por fim, entendemos que "cuidado é um direito, e, essencial para a vida acontecer."
Relatoria da cursista: Teresinha