terça-feira, 29 de julho de 2025
9ª OFICINA DE 2025
8ª OFICINA DE 2025
8ª OFICINA DE 2025
A intersecção entre classe, gênero e política evidencia como diferentes formas de desigualdade se combinam para limitar o acesso de certos grupos ao poder. Mulheres de classes populares, especialmente negras e periféricas, enfrentam barreiras ainda maiores para participar da vida política em comparação com homens ou mulheres de classes mais altas. O sistema político brasileiro, historicamente dominado por homens brancos e ricos, dificulta a entrada de vozes diversas, reproduzindo desigualdades sociais e econômicas. A falta de representatividade não é apenas numérica, mas também simbólica: quem toma decisões, em geral, não vive a realidade da maioria da população. Ampliar a presença de mulheres, especialmente das classes populares, nos espaços de poder é fundamental para construir políticas públicas mais justas, inclusivas e conectadas com as necessidades reais do povo.
Nesta oficina recebemos a convidada Ísis Menezes Táboas, Doutora em Direito pela UNB e pesquisadora do Direito achado na Rua, que trouxe em sua vasta experiência a possibilidade de compreendermos de forma dinâmica e abrangente o quão importante é tal temática, de modo a questionar todo um sistema que nos cerca.
7ª OFICINA DE 2025
7ª OFICINA DE 2025
6ª OFICINA DE 2025
6ª OFICINA DE 2025
Para começar, tivemos um momento bem bacana de descontração com as participantes, conduzido por Sinara. Foi ótimo ver como o grupo se soltou, riu e participou com energia. A atividade tinha o objetivo de representar nossa comunicação por meio de sons e movimentos corporais.
Logo em seguida, entramos na nossa primeira discussão, que foi sobre ações afirmativas e as perspectivas atuais, com quatro notícias selecionadas pelas facilitadoras. Discutimos sobre a importância dessas políticas, mas também sobre como elas estão sendo questionadas e ressignificadas.
Depois, passamos para um segundo momento, onde o debate se aprofundou ainda mais com a convidada Éllen Daiane (Doutora em Educação - UnB). Ela nos apresentou uma as origens das ações afirmativas no Brasil, como e por que surgiu a necessidade delas, e a importância de olhar para nossa história, entendendo que essas políticas surgiram como uma resposta necessária a desigualdades historicamente marcadas por recortes de gênero, étnico-raciais e socioeconômicos. Foi um debate muito rico, cheio de reflexões importantes, e deu para perceber como cada pessoa ali tem uma vivência e uma visão que acrescentaram muito à nossa roda.
O debate foi muito produtivo, mas, por questões de tempo e diante da seriedade e necessidade das discussões, a oficineira não pôde realizar sua dinâmica. Acho importante salientar que as participantes podem ter se esquecido do combinado de falas por inscrição e por isso, algumas demandas que poderiam ser debatidas em outros momentos encurtaram o tempo da oficina.
Saímos de lá com muita coisa para pensar e, principalmente, com mais clareza sobre por que as ações afirmativas são tão importantes no contexto brasileiro.
De forma pessoal, foi uma oficina especial para mim, pois me fez refletir sobre a minha própria trajetória. Sinceramente, eu não estaria na faculdade e muito menos no estágio onde estou hoje, se não fossem as ações afirmativas. Foi graças a essas leis que pude ter acesso e chegar aonde estou hoje.
Relatoria da cursista: Raquel Vargas
5ª OFICINA DE 2025
5ª OFICINA DE 2025
A raça, no Brasil, é um fator que impacta profundamente a realidade social da população. Apesar de o país se autodefinir por muito tempo como uma nação miscigenada e sem racismo, os dados sociais revelam outra realidade: a desigualdade racial está presente em praticamente todos os aspectos da vida cotidiana. Pessoas pretas e pardas, que compõem a maioria da população brasileira, são as que mais enfrentam dificuldades econômicas, exclusão social e acesso limitado a serviços básicos como saúde, educação e segurança. Essa diferença não é natural, mas sim fruto de um processo histórico de escravidão, marginalização e falta de políticas públicas efetivas que promovam igualdade. Enquanto a branquitude muitas vezes ocupa posições de poder e privilégio, os grupos racializados continuam lutando por reconhecimento, justiça e equidade. A compreensão da raça como uma construção social é fundamental para entender como ela estrutura desigualdades e como enfrentá-las de forma consciente e transformadora.
Nesta oficina fizemos a divisão de pequenos grupos para leitura de textos correspondentes a raça autodeclarada pelos integrantes. Esta divisão nos proporcionou perceber qual a relação entre as nossas experiências individuais e quais experiências correspondem a realidade estrutural que nos condiciona a situações e realidades que perpassam nossas experiências como um todo, nossa luta e nossos sonhos, pois a população negra no Brasil ainda enfrenta grandes obstáculos para acessar espaços de poder e liderança, mesmo sendo maioria em nosso país, ainda são sub-representadas em cargos políticos, executivos, acadêmicos e de tomada de decisão.
A ausência de representatividade não reflete apenas números, mas também a dificuldade em romper barreiras impostas por estereótipos e discriminações que limitam o avanço de pessoas negras em posições de destaque. Essa desigualdade é resultado de um histórico de exclusão social, racismo estrutural e falta de oportunidades iguais. Promover a inclusão nesses espaços é essencial para construir uma sociedade mais justa e democrática, além de proporcionar a reparação histórica de um povo.
Relatoria da facilitadora: Lídia Reis
4ª OFICINA DE 2025
4ª OFICINA DE 2025
Na oficina do dia 17/05, ficamos de frente com a pergunta: “o que nos faz mulheres?” Somos muito diferentes umas das outras, mas o que nos une a ponto de todas sermos vistas como do gênero feminino?
As respostas também foram plurais, assim como nós: nossos corpos, nossas roupas, quem amamos, o que sentimos, o que fazemos e o que sofremos. Tudo isso nos une — e também nos separa — nos julgamentos que nos rotulam como mais mulheres ou menos, como dignas ou indignas.
É que, a partir do momento em que somos lidas como do gênero feminino, estamos sujeitas à violência, em seus diferentes formatos, graus e sentidos. Daí a importância de falarmos em feminismoS, no plural mesmo. Porque sim, sofremos por sermos mulheres, mas também existimos de formas diferentes — e todas elas precisam ser contempladas pela causa.
Penso que chegamos à conclusão de que ser mulher é ser um misto de revolução e resistência. Afinal, resistimos para podermos existir e revolucionamos para que um dia não seja mais necessário resistir o tempo todo.
A montagem que fiz é uma recriação digital de uma colagem que eu gostaria de ter feito numa oficina de artes. Na época, eu estava lidando com várias crises de dismorfia corporal e quis retratar esse sofrimento, mas só deu tempo de imaginar como gostaria que a colagem ficasse. Felizmente, a ideia daquela colagem nunca saiu da minha cabeça — e agora, com o apoio das PLPs, tive a oportunidade de não só concretizá-la, como também de compartilhá-la.
Pra concluir, queria dividir um trecho da música Mulamba, da banda de mesmo nome, que tocava na minha cabeça enquanto conversávamos na oficina sobre o que nos faz ser quem somos:
Mulamba
Eu sou o mastro da bandeira da revolução
Os restos do cavalo de Napoleão
Eu sou a brasa que matou Joana d’Arc
As 5 balas de John Lennon, reles cidadão
O lixo humano, escória da sociedade
Sou o que como e quem eu deixo de comer
Nasci do limbo e bailei pra essa cidade
Sou quem dá vida aos monstros que eu quero ter
Você vai lembrar quando eu te olhar lá de cima
Vai reconhecer e vai respeitar minhas cinzas
Eu sou aquilo que ninguém mais acredita
Eu sou a p*ta, eu sou a santa e a banida
Sou a bravura e os surtos de Anita Garibaldi
Bandeira baixa ou bandeira que agita
Sou como rua, beco podre da cidade
Eu sou os filhos mal paridos da nação
Sou a coragem até no grito dum covarde
O que não basta, não se entende, eu sou um furacão.
Relatoria da cursista: Ana Luiza
sexta-feira, 30 de maio de 2025
3ª OFICINA DE 2025
3ª OFICINA DE 2025
No encontro do dia 10/05/2025, foi recebida com muita honra, uma grande lutadora/educadora popular, Madalena, uma mulher que mobiliza há muito tempo melhorias para Ceilândia, sobretudo, na área da educação popular, juntamente com seu amigo e também articulador de pautas importantes para a periferia do Distrito Federal, Pedro. Madalena nos situou em vários acontecimentos importantes, como a vinda de Paulo Freire à Ceilândia, um fato histórico.
Foi possível, conhecer sobre a estrada percorrida por ela até chegar ao movimento social MOPOCEM - com o qual desde sua criação, conquista com esforço coletivo, vitórias, mas também não desiste das batalhas que surgem.
Atua fortemente na EJA - Educação de Jovens e Adultos, para que a mesma chegue aqueles que precisam e não tiveram oportunidade. Demonstrou grande amor pelo que fez e faz, desejando que outros mais se somem na plantação destas sementes. E falando em sementes, uma árvore foi desenhada para se pudesse externar combinados de convivência.
A turma de PLP’s se mostrou atenta e interessada, interagindo ativamente.
Essa aula poderia ser definida na perspectiva da educação popular e resumida na frase da blusa de uma das participantes que dizia: “ amar e mudar as coisas me interessa mais.”
Relatoria da cursista: Elaine Quece
quarta-feira, 28 de maio de 2025
2ª OFICINA DE 2025
2ª OFICINA DE 2025
Um diário de bordo é uma forma afetiva e reflexiva de registrar momentos significativos de um percurso. É como uma memória escrita que acompanha os passos de um processo coletivo, permitindo que sentimentos, aprendizados e trocas não se percam com o tempo. A proposta aqui é justamente essa: guardar com carinho os momentos deste curso que terá vários encontros, onde cada pessoa presente poderá compartilhar suas vivências, ideias e sentimentos. Por isso, nossa troca merece ser registrada com cuidado e atenção.
No primeiro encontro, começamos refletindo sobre o que é educação formal, e representamos com nossos corpos como ela é percebida por nós: rígida, padronizada, muitas vezes distante das nossas realidades. Em seguida, fizemos o mesmo exercício, mas agora pensando sobre a educação popular. Nossos corpos expressaram liberdade, escuta, acolhimento e movimento – uma outra forma de viver e construir o conhecimento.
A partir disso, iniciou-se uma troca muito rica sobre o que é, de fato, a educação popular, e especialmente, sobre a presença da mulher nesses espaços. Falamos de resistência, de protagonismo, de cuidado e de saberes que nascem da vida. Em meio a essa conversa, por coincidência (ou talvez nem tanto assim), alguém mencionou uma frase muito parecida com a que aparece no livro da imagem que a minha irmã usava para anotar as reflexões da nossa conversa:
“Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre.” – Paulo Freire
Essa lembrança me levou imediatamente a pensar em Lélia Gonzalez, mulher negra, intelectual, ativista, que também nos ensinou tanto sobre a importância do saber popular, da ancestralidade e do papel das mulheres na luta por uma educação libertadora.
Por enquanto, foi só o começo de uma caminhada que promete ser transformadora.
Relato da cursista: Sara Almeida Vargas
terça-feira, 27 de maio de 2025
1ª OFICINA DE 2025
XIX TURMA DE PROMOTORAS LEGAIS POPULARES
1ª OFICINA DE 2025
Todas nós
Toda dor que é minha
Foi da mãe, da vó, da tia
Todo parto doía
Nascia a filha cheia de charme , frescor de poesia
Vontade de viver de amor
Mas não podia.
O esposo era o pai que escolhia.
Lugar de mulher era cuidando da casa, às voltas com as panelas da cozinha
Lugar de sonhos era só cuidar do marido e das crias.
E a cada rebeldia na história nascia uma pequena vitória
Um direito ao voto, ao divórcio. À guarda dos filhos. Ao uso do preservativo , as escolhas da roupa que vestia
Minissaia afrontosa
Sutiãs queimados
Anticoncepcional
Nada disso era normal
Estudar e ter uma profissão então
Era impossível. Inadmissível
Inaceitável
Mas rompemos muitos obstáculos até aqui
Embora muitos tenham que ser derrubados ainda
Ter direito de dizer não, andar sozinha na rua,
de embriagar-se feliz,
por que não?
Sem por isto perder a vida
E ainda ser difamada e ter a honra violada.
Culpada pela própria morte
A nossa sorte está em nossas mãos
Na união, no acolhimento e.na compreensão
Tudo depende da nossa união.
The Wall
Relatoria da cursista: Waldirene Lucena da Silva