terça-feira, 29 de julho de 2025

4ª OFICINA DE 2025

 

4ª OFICINA DE 2025



Na oficina do dia 17/05, ficamos de frente com a pergunta: “o que nos faz mulheres?” Somos muito diferentes umas das outras, mas o que nos une a ponto de todas sermos vistas como do gênero feminino?

As respostas também foram plurais, assim como nós: nossos corpos, nossas roupas, quem amamos, o que sentimos, o que fazemos e o que sofremos. Tudo isso nos une — e também nos separa — nos julgamentos que nos rotulam como mais mulheres ou menos, como dignas ou indignas.

É que, a partir do momento em que somos lidas como do gênero feminino, estamos sujeitas à violência, em seus diferentes formatos, graus e sentidos. Daí a importância de falarmos em feminismoS, no plural mesmo. Porque sim, sofremos por sermos mulheres, mas também existimos de formas diferentes — e todas elas precisam ser contempladas pela causa.

Penso que chegamos à conclusão de que ser mulher é ser um misto de revolução e resistência. Afinal, resistimos para podermos existir e revolucionamos para que um dia não seja mais necessário resistir o tempo todo.

A montagem que fiz é uma recriação digital de uma colagem que eu gostaria de ter feito numa oficina de artes. Na época, eu estava lidando com várias crises de dismorfia corporal e quis retratar esse sofrimento, mas só deu tempo de imaginar como gostaria que a colagem ficasse. Felizmente, a ideia daquela colagem nunca saiu da minha cabeça — e agora, com o apoio das PLPs, tive a oportunidade de não só concretizá-la, como também de compartilhá-la.

Pra concluir, queria dividir um trecho da música Mulamba, da banda de mesmo nome, que tocava na minha cabeça enquanto conversávamos na oficina sobre o que nos faz ser quem somos:


Mulamba

Eu sou o mastro da bandeira da revolução

Os restos do cavalo de Napoleão

Eu sou a brasa que matou Joana d’Arc

As 5 balas de John Lennon, reles cidadão


O lixo humano, escória da sociedade

Sou o que como e quem eu deixo de comer

Nasci do limbo e bailei pra essa cidade

Sou quem dá vida aos monstros que eu quero ter


Você vai lembrar quando eu te olhar lá de cima 

Vai reconhecer e vai respeitar minhas cinzas


Eu sou aquilo que ninguém mais acredita

Eu sou a p*ta, eu sou a santa e a banida

Sou a bravura e os surtos de Anita Garibaldi

Bandeira baixa ou bandeira que agita


Sou como rua, beco podre da cidade

Eu sou os filhos mal paridos da nação

Sou a coragem até no grito dum covarde

O que não basta, não se entende, eu sou um furacão.


Relatoria da cursista: Ana Luiza









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