4ª OFICINA DE 2025
Na oficina do dia 17/05, ficamos de frente com a pergunta: “o que nos faz mulheres?” Somos muito diferentes umas das outras, mas o que nos une a ponto de todas sermos vistas como do gênero feminino?
As respostas também foram plurais, assim como nós: nossos corpos, nossas roupas, quem amamos, o que sentimos, o que fazemos e o que sofremos. Tudo isso nos une — e também nos separa — nos julgamentos que nos rotulam como mais mulheres ou menos, como dignas ou indignas.
É que, a partir do momento em que somos lidas como do gênero feminino, estamos sujeitas à violência, em seus diferentes formatos, graus e sentidos. Daí a importância de falarmos em feminismoS, no plural mesmo. Porque sim, sofremos por sermos mulheres, mas também existimos de formas diferentes — e todas elas precisam ser contempladas pela causa.
Penso que chegamos à conclusão de que ser mulher é ser um misto de revolução e resistência. Afinal, resistimos para podermos existir e revolucionamos para que um dia não seja mais necessário resistir o tempo todo.
A montagem que fiz é uma recriação digital de uma colagem que eu gostaria de ter feito numa oficina de artes. Na época, eu estava lidando com várias crises de dismorfia corporal e quis retratar esse sofrimento, mas só deu tempo de imaginar como gostaria que a colagem ficasse. Felizmente, a ideia daquela colagem nunca saiu da minha cabeça — e agora, com o apoio das PLPs, tive a oportunidade de não só concretizá-la, como também de compartilhá-la.
Pra concluir, queria dividir um trecho da música Mulamba, da banda de mesmo nome, que tocava na minha cabeça enquanto conversávamos na oficina sobre o que nos faz ser quem somos:
Mulamba
Eu sou o mastro da bandeira da revolução
Os restos do cavalo de Napoleão
Eu sou a brasa que matou Joana d’Arc
As 5 balas de John Lennon, reles cidadão
O lixo humano, escória da sociedade
Sou o que como e quem eu deixo de comer
Nasci do limbo e bailei pra essa cidade
Sou quem dá vida aos monstros que eu quero ter
Você vai lembrar quando eu te olhar lá de cima
Vai reconhecer e vai respeitar minhas cinzas
Eu sou aquilo que ninguém mais acredita
Eu sou a p*ta, eu sou a santa e a banida
Sou a bravura e os surtos de Anita Garibaldi
Bandeira baixa ou bandeira que agita
Sou como rua, beco podre da cidade
Eu sou os filhos mal paridos da nação
Sou a coragem até no grito dum covarde
O que não basta, não se entende, eu sou um furacão.
Relatoria da cursista: Ana Luiza
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