sexta-feira, 30 de maio de 2025

3ª OFICINA DE 2025


3ª OFICINA DE 2025



No encontro do dia 10/05/2025, foi recebida com muita honra, uma grande lutadora/educadora popular, Madalena, uma mulher que mobiliza há muito tempo melhorias para Ceilândia, sobretudo, na área da educação popular, juntamente com seu amigo e também articulador de pautas importantes para a periferia do Distrito Federal, Pedro. Madalena nos situou em vários acontecimentos importantes, como a vinda de Paulo Freire à Ceilândia, um fato histórico. 

Foi possível, conhecer sobre a estrada percorrida por ela até chegar ao movimento social MOPOCEM - com o qual desde sua criação, conquista com esforço coletivo, vitórias, mas também não desiste das batalhas que surgem. 

Atua fortemente na EJA - Educação de Jovens e Adultos, para que a mesma chegue aqueles que precisam e não tiveram oportunidade. Demonstrou grande amor pelo que fez e faz, desejando que outros mais se somem na plantação destas sementes. E falando em sementes, uma árvore foi desenhada para se pudesse externar combinados de convivência. 

A turma de PLP’s se mostrou atenta e interessada, interagindo ativamente. 

Essa aula poderia ser definida na perspectiva da educação popular e resumida na frase da blusa de uma das participantes que dizia: “ amar e mudar as coisas me interessa mais.”


 Relatoria da cursista: Elaine Quece




quarta-feira, 28 de maio de 2025

2ª OFICINA DE 2025

 


2ª OFICINA DE 2025




    Um diário de bordo é uma forma afetiva e reflexiva de registrar momentos significativos de um percurso. É como uma memória escrita que acompanha os passos de um processo coletivo, permitindo que sentimentos, aprendizados e trocas não se percam com o tempo. A proposta aqui é justamente essa: guardar com carinho os momentos deste curso que terá vários encontros, onde cada pessoa presente poderá compartilhar suas vivências, ideias e sentimentos. Por isso, nossa troca merece ser registrada com cuidado e atenção.  

    No primeiro encontro, começamos refletindo sobre o que é educação formal, e representamos com nossos corpos como ela é percebida por nós: rígida, padronizada, muitas vezes distante das nossas realidades. Em seguida, fizemos o mesmo exercício, mas agora pensando sobre a educação popular. Nossos corpos expressaram liberdade, escuta, acolhimento e movimento – uma outra forma de viver e construir o conhecimento. 

    A partir disso, iniciou-se uma troca muito rica sobre o que é, de fato, a educação popular, e especialmente, sobre a presença da mulher nesses espaços. Falamos de resistência, de protagonismo, de cuidado e de saberes que nascem da vida. Em meio a essa conversa, por coincidência (ou talvez nem tanto assim), alguém mencionou uma frase muito parecida com a que aparece no livro da imagem que a minha irmã usava para anotar as reflexões da nossa conversa:       

        “Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos         nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre.” – Paulo Freire 

    Essa lembrança me levou imediatamente a pensar em Lélia Gonzalez, mulher negra, intelectual, ativista, que também nos ensinou tanto sobre a importância do saber popular, da ancestralidade e do papel das mulheres na luta por uma educação libertadora. 

    Por enquanto, foi só o começo de uma caminhada que promete ser transformadora.


Relato da cursista: Sara Almeida Vargas







terça-feira, 27 de maio de 2025

1ª OFICINA DE 2025

 

XIX TURMA DE PROMOTORAS LEGAIS POPULARES

1ª OFICINA DE 2025




Todas nós 


Toda dor que é minha 

Foi da mãe,  da vó, da tia

Todo parto doía 

Nascia a filha cheia de charme , frescor de poesia

Vontade de viver de amor

Mas não podia.

O esposo era o pai que escolhia.

Lugar de mulher era cuidando da casa, às voltas com as panelas da cozinha 

Lugar de sonhos era só cuidar do marido e  das crias.

E a cada rebeldia na história nascia uma pequena vitória 

Um direito ao voto,  ao divórcio. À guarda dos filhos. Ao uso do preservativo , as escolhas da roupa que vestia 

Minissaia afrontosa

Sutiãs queimados 

Anticoncepcional 

Nada disso era normal

Estudar e ter uma profissão então 

Era impossível. Inadmissível 

Inaceitável 

Mas rompemos muitos obstáculos até aqui

Embora muitos tenham que ser derrubados ainda

Ter direito de dizer não,  andar sozinha na rua, 

de embriagar-se feliz, 

por que não? 

Sem por isto perder a vida

E ainda ser difamada e ter a honra violada.

Culpada pela própria morte

A nossa sorte está em nossas mãos 

Na união, no acolhimento e.na compreensão

Tudo depende da nossa união. 


The Wall


Relatoria da cursista: Waldirene Lucena da Silva 






quinta-feira, 31 de outubro de 2024

20ª OFICINA DE 2024

 

20ª OFICINA DE 2024

05 de outubro 



O tema da oficina do dia 5 de outubro foi violência obstétrica, e Carol Freire, que além de PLP é doula, foi a facilitadora. No primeiro momento, Carol nos pediu que para compartilhar algo que soubéssemos sobre o dia do nosso próprio nascimento: podia ser qualquer coisa que tivéssemos ouvido de nossas mães ou outras pessoas da família sobre como estava o dia, como foram os momentos finais da gravidez, como foi a experiência do parto. Os relatos compartilhados foram muito diversos. Há entre nós, cursistas, quem tenha nascido em casa com auxílio de parteira, outras nasceram em hospitais; algumas nasceram de partos normais, outras de parto cesariano; algumas de nossas mães estavam bem acompanhadas e amparadas, outras tiveram que enfrentar essa experiência sem muito apoio.


Esse primeiro momento da oficina ofereceu uma oportunidade de conversar sobre as muitas questões envolvidas em um nascimento a partir da experiência da pessoa gestante – se ela está acompanhada por alguém de confiança ou não, se ela tem acesso aos cuidados médicos de que precisa ou não, se ela tem liberdade para se movimentar e se expressar durante o parto, se após o nascimento ela tem rede de apoio para acolher a pessoa que acaba de chegar ao mundo.


Na segunda parte da oficina, trabalhamos com o jogo de cartas Plano de Parto, criado pelo Coletivo Feminista Saúde e Sexualidade. Funcionou assim: cada uma de nós escolheu uma carta, que contém uma ilustração de uma situação relacionada ao parto, e descreveu a imagem para as companheiras. Na conversa sobre as cartas, falamos sobre diversas questões que estão relacionadas à violência obstétrica, que pode ser definida como o desrespeito à mulher, à sua autonomia, ao seu corpo e aos seus processos reprodutivos. A violência obstétrica, que é praticada por profissionais de saúde que atuam no contexto de gestação e parto, pode acontecer na forma de violência verbal, física ou sexual, e também com a prática de intervenções médicas desnecessários e/ou sem evidências científicas. 


Essa dinâmica do jogo Plano de Parto nos permitiu identificar e conversar sobre várias práticas de violência obstétrica, como: imposição de parto cesariano sem necessidade médica; xingamentos, humilhações e comentários racistas, LGBTfóbicos, classistas e capacitistas durante o parto; proibição da presença do acompanhante, que é direito e escolha livre da mulher que está parindo; episiotomia (“pique” no parto vaginal), inclusive sem anestesia e/ou sem informar à mulher;  uso de ocitocina (“sorinho” usado para acelerar o trabalho de parto) sem necessidade e/ou sem informar à mulher; manobra de Kristeller, que é pressão sobre a barriga da mulher para empurrar o bebê; restrição de movimento da mulher durante o parto, inclusive impedindo que ela escolha sua posição de parto; negação de alimentação e água para a mulher durante o trabalho de parto; negação de anestesia, inclusive no parto normal; negação do contato imediato, pele a pele, do bebê com a mulher após o nascimento, e imposição de barreiras para a amamentação nesse momento.


Conversar sobre violência obstétrica é falar sobre as muitas formas em que a sociedade em que vivemos discrimina e maltrata mulheres e outras pessoas que podem engravidar, negando-lhes as condições básicas para viver a gestação, o parto e o puerpério de forma digna, saudável e com o acolhimento necessário tanto para quem vive a experiência do início da maternidade quanto para uma nova pessoa que acaba de chegar ao mundo.


Na parte final da oficina, retomamos o planejamento da ação de formatura da nossa turma, da qual todas as cursistas devem participar! Não custa lembrar: as cursistas que ainda não sabem do que se trata devem entrar no grupo de Whatsapp sobre a ação e se atualizarem o quanto antes. Em todas as próximas oficinas até o final do curso, teremos esse momento reservado para conversar sobre a ação.

Relatoria da cursista: Sinara Gumieri