quarta-feira, 7 de junho de 2017

[6º Encontro da Turma de Promotoras Legais Populares da Ceilândia.Tema do dia: Feminismos]

Continuando nossas oficinas, no dia 27 de maio ocorreu nosso 6o encontro que gerou debates e relatos maravilhosos sobre as definições e o real sentido dos feminismos, somando uma intensa experiência ao curso. Segue, então, a relatoria contando os detalhes!

[27/05/17]

Relatório do encontro ocorrido no curso das Promotoras Legais Populares, encontro do dia 27 de maio.
Depois que boa parte da turma chegou começamos a fazer um aquecimento, uma das facilitadoras pediu para gente levantar e começar a caminhar pela sala enquanto ela ia dar as instruções do aquecimento. As instruções foram de a gente parar e encontrar um par, de modo aleatoriamente, e encenarmos uma relação entre homens e mulher. Íamos interagir sem definir previamente os papéis que seriam assumidos, teoricamente, a partir do diálogo de cada uma das duplas esses papéis seriam estabelecidos. A atividade foi muito interessante, pois muitas das duplas interpretaram os papéis de maneira muito estereotipada e isso não foi pedido na instrução. Muitos papéis de homens com comentários machistas e mulheres submissas.
Depois desse aquecimento, fizemos uma grande roda e começamos a fazer a primeira atividade, deveríamos fazer mímicas que representassem os estereótipos do que seria uma mulher feminista e a segunda atividade foi fazer a mímica do que a gente acha que realmente é uma característica de uma mulher feminista, uma comparação de expectativa e realidade. Consideramos muito mais fácil fazer mímicas do que o senso-comum considera como estereótipos feministas do que fazer mímicas que representassem a realidade, parece que os estereótipos já estão bem definidos e muitos são usados contra o próprio movimento, como por exemplo, feministas não querem ser mães, são as que “só querem brigar”, não devem se depilar entre muitos outros.
Parece ser difícil fazer e definir o que realmente é , pois ser feminista passa por uma subjetividade muito grande, não existe apenas um tipo de feminismos, existem vários feminismos que serão abraçados por vários tipos de pessoas que estarão em fases diferentes de amadurecimento em relação à essa nova visão de mundo, em relação ao seu grau de desconstrução.
A primeira mímica feita foi duas mulheres se abraçando e, apesar de existirem vários feminismos, o que faz todos serem caracterizados como “feminismo” é o fato de buscarmos ajudar umas as outras, buscarmos fazer com que a mulher tenha seus direitos resguardados, sejam tratadas de forma respeitada. No final da mímica, pôde-se notar que a realidade do que é ser feminista está ligada a liberdade e poder escolher o que quer fazer, é cortar o cabelo bem curtinho ou deixar ele bem grande, é ser religiosa ou ser ateia, é ser dona de casa ou ser uma professora universitária, é querer ser mãe ou não querer, ser feminista é querer ser respeitada independente de sua escolha. Esses tantos de pensamentos começaram a ser discutidos. Depois que terminamos as mímicas, sentamos em roda e começamos a debater sobre o que seria feminismo. Relatos belíssimos começaram a surgir e anotei alguns. Muitas falaram que o feminismo está muito ligado com o fato de mudar a sociedade que comete tantas injustiças, conquistar direitos iguais para todos, construir espaços em que a voz das mulheres seja levada em consideração, é uma luta feita em conjunto, forma das mulheres se posicionarem, mostrar que são capazes de assumir qualquer coisa.
Foi muito trabalhado o fato de termos compaixão com o tempo que as outras mulheres levam para compreender o que é feminismo, principalmente com as mulheres que fazem parte do nosso convívio, com nossas mães e irmãs. Salientaram novamente para a questão de que cada mulher possui vivências específicas, não dá para descrever uma postura universal, temos que prezar pelo coletivo. No final das contas feminismo é lutar por liberdade.
  -Larissa Santos 

Dinâmica de encerramento do fogo.
Quer saber mais? Se liga aí!

Fonte: Grupo de estudos de Mulheres Negras

  1. Artigo de Oyèrónké Oyewùmí . Conceituando Gênero. Link: https://drive.google.com/drive/folders/0B4YzjupEuKMNOTJNOUNsSVQ3UFk

  1. Poema de Audre Lorde. Uma ladainha pela sobrevivência. Link: https://drive.google.com/drive/folders/0B4YzjupEuKMNOTJNOUNsSVQ3UFk

  1. Vídeo Os perigos de uma história única de Chimamanda Adiche. TED. Link: https://www.youtube.com/watch?v=_4uXhbSWIJs

Nenhum comentário: