quarta-feira, 26 de junho de 2024

10ª OFICINA DE 2024

 

10ª OFICINA DE 2024
22 de Junho 



Qual não foi nossa surpresa, ao nos depararmos, com o chão, da sala onde ocorrem nossas oficinas, repleta de balões coloridos.  Foi dessa forma que a facilitadora Carol, deu início a uma dinâmica, citando frases que definem o cotidiano de diversas mulheres,  xingamentos,  ofensas e agressões. Ao identificarmos determinada situação, seja ela, acontecida conosco ou com alguma mulher de nosso convívio,  um balão deveria ser estourado. Carol enfatizou, que essa dinâmica é feita com balões justamente porque causa impacto. 
Dando continuidade ao nosso encontro,  a Psicóloga Bruna, especializada na área de violência doméstica, discorreu sobre o papel da mulher na sociedade,  ou seja, muito mais do que isso, "o que se espera dela". A sociedade entende, que como a mulher é capaz de gerar, ela é capaz de cuidar melhor, porém, o cuidado não  é habilidade natural da mulher,  deveria ser de todos. O cuidado não é uma atividade remunerada, é desvalorizada, muitas vezes ocupando todo o tempo dessa mulher,  afastando-a dela mesma.
Prosseguindo, falamos sobre o ideal estético, que nos encaminha para o relacionamento, e que é baseado no padrão eurocêntrico , ou seja, que é jovem, magra e de preferência loura. A feminilidade, próxima do ideal, nos coloca numa "prateleira", gerando a possibilidade de ser "escolhida", gerando competição e uma relação de desconfiança entre as mulheres. Diante do exposto, entre as mulheres, existe uma terceirização da auto estima, os homens, avaliam eles mesmos, nós somos avaliadas por eles. Foi abordado também o papel da indústria nesse contexto, que acaba lucrando muito, diante da insatisfação da mulher com a estética. "Será que tenho o cabelo que gosto, ou o que a sociedade me cobra"?
Houve espaço para discussão, perguntas e esclarecimentos sobre questões de raça, gênero e violência, além de um comparativo dos números entre mulheres brancas x mulheres negras.
Dando continuidade,  tivemos a fala da psicóloga Natália,  uma convidada que Agregou muito ao nosso encontro, falando sobre a violência doméstica, suas variações e em alguns casos a dificuldade de serem identificadas. As mais visíveis são os tapas,  empurrões,  facadas,  tiros, etc;  fomos conduzidas a questionar os vários comportamentos:
O controle: É subestimado, mas faz parte também,  da violência, vai "minando a autoestima da pessoa".
Naturalizando: "Se você confia em mim, tenho que ter sua senha do celular"...o que muitas vezes é traduzido como forma de amor e confiança.
Ciúme: Muitas vezes é traduzido como "a pessoa se importa", ideia de que quem não deve nada mostra tudo, aí o outro vai controlando cada vez mais. Por isso, nunca se deve abrir o espaço privativo. 
Ler o diário: Não é percebido como violência mas é. Ser pai, mãe ou irmão, não é carta branca para invasão. 
Foi abordado também a dinâmica da violência, que se retroalimenta e é muito danosa. 
Finalizando foram citadas alternativas e estratégias para sair do círculo da violência,  redes de apoio e o conselho de "nunca se perder da relação consigo mesma."
 Agradecemos às convidadas e nossas facilitadoras pela importante troca de conhecimentos, respeito e cumplicidade.

Relatoria da cursista: Terezinha B. Ribeiro





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