segunda-feira, 14 de agosto de 2017

[13º Encontro Da Turma de Promotoras Legais Populares Da Ceilândia. Tema do dia: Direitos Sexuais e Reprodutivos- Aborto]


[15/07/2017]


No dia de hoje, começamos os trabalhos com um aquecimento em que cada mulher fez uma mímica sobre algo que gostava de fazer. Vimos de tudo: ler, dançar, jogar capoeira, cozinhar, cantar. Somos muitos diversas e talentosas. Após o aquecimento, recebemos duas convidadas (Joluzia Batista e Masra de Abreu) que se propuseram a falar sobre direitos sexuais e reprodutivos das mulheres.


As palestrantes nos mostraram a necessidade de nós, mulheres, nos posicionarmos com intuito de termos domínio sobre nossos corpos e consequentemente sobre nossa sexualidade e vida reprodutiva. Desde os primeiros movimentos de mulheres reivindicando tais direitos, como o uso da pílula anticoncepcional, o direito ao aborto em caso de estupro e a separação entre religião e Estado, vimos que a luta é necessária, pois, sempre existem aqueles que querem retirar direitos já conquistados por nós.
Diante disso, falamos também sobre o conservadorismo e o fundamentalismo religioso presentes em nossa sociedade e como esses institutos trouxeram reflexos negativos ao âmbito familiar por meio da reprodução de discursos machistas e contrários aos direitos das mulheres, como aqueles que são contra o planejamento familiar, o uso da “pílula do dia seguinte” e o aborto de fetos anencéfalos, pois, acreditam que a mulher deve manter a gravidez em qualquer circunstância ou que o feto tenha inúmeros direitos.
Ainda, tratamos da necessidade de se manter a laicidade do Estado. Atualmente, política e religião tem se misturado o que gera a criação de leis por instituições muito conservadoras. Desse modo, são produzidas normas visando a diminuir, controlar e, até mesmo acabar com a autonomia das mulheres em relação aos seus próprios corpos.
Nesse contexto, durante o debate, discutimos a necessidade da humanização do parto.
Muitas mulheres até hoje sofrem muito nesse momento que deveria ser prazeroso e gratificante. Falta informação nos hospitais e empatia de muitos profissionais da saúde. Foi abordada também a dificuldade em se realizar procedimentos para impedir uma gravidez futura como a laqueadura ou ligadura de trompas.
Sendo assim, percebemos a importância de resistirmos frente a esses discursos que acabam por limitar direitos já conquistados pelas mulheres. Por meio de debates e rodas de conversa como essa de hoje é que movimentamos mais mulheres na luta diária pela manutenção e conquista de nossos direitos sexuais e reprodutivos.
Para encerrar o semestre, fizemos uma roda em que dissemos o que aprendemos com nosso projeto, foi muito satisfatório ouvir cada uma das mulheres e perceber nosso crescimento e empoderamento.


Luiza Moreira

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